Derrame Pleural
Introdução
A pleura é uma fina membrana que recobre tanto a superfície interna da parede torácica (pleura parietal) como também os pulmões e as cissuras interlobares (pleura visceral)
As camadas pleurais estão sobrepostas e deslizam uma em relação a outra durante a respiração graças ao espaço pleural
Espaço Pleural
Neste espaço de sobreposição de pleural parietal e visceral, existe uma pequena quantidade de fluido pleural cerca de 0,1 a 0,2 ml por kg de peso corporal.
Essa delgada película de líquido permite que uma pleura deslize em relação a outra com o mínimo de atrito.
Esse volume de líquido não é estático o líquido pleural e o tempo todo se renovando.
Essa renovação depende das forças de Starling que governa as trocas de líquido vascular e intersticial.
Forças de Starling
• Entre as forças de Starling existe a pressão hidrostática e a pressão oncótica.
• A pressão hidrostática é uma força exercida pelos líquidos que tende a expulsar o líquido do seu compartimento.
• A pressão oncótica é uma força que atrai a água para o compartimento.
• A resultante entre elas determina se o líquido irá sair ou entrar no compartimento, ou seja, do compartimento intravascular ou intersticial. Ambas as pressões existem nos dois compartimentos.
• No caso da pleura existe uma pressão hidrostática positiva de cerca de 9 cmH2O a qual direciona os fluídos do leito capilar da pleura parietal em direção ao espaço pleural, e uma pressão pleural negativa de 10 cmH2O (oncotica) que favorece a absorção de líquido pelos capilares da pleura visceral
Derrames pleurais são qualquer quantidade anormal de fluido no espaço pleural
Pode ser classificado:
• De acordo com fatores etiológicos
Ex: obstrução linfática
• De acordo com conteúdo do fluido
Ex: hemotorax, quilotorax, empiema
• Derrames pleurais transudativo e exsudativo
DERRAME PLEURAL TRANSUDATIVO
Qualquer derrame pleural que se forma quando a integridade do espaço pleural está preservada, se forma quando as pressões hidrostática e oncótica estão anormais.
DERRAME PLEURAL EXSUDATIVO
Eles são causados por inflamação pleural ou pulmonar, aproximadamente 70% dos derrames pleurais são exsudativos.
Para diferenciar o transudativo do exsudativo é feito o exame de proteínas totais e desidrogenase láctica (DHL) oriundo da relação do líquido pleural (toracocentese) com o soro (punção venosa) coletados simultaneamente.
No derrame pleural transudativo o ultrafiltrado de plasma é baixo em proteína e desprovido de células inflamatórias, já o derrame pleural exsudativo apresenta mais proteínas e células inflamatórias.
De modo geral, podemos considerar o Derrame Pleural pode ocorrer por meio de cinco mecanismos principais:
1. Aumento da pressão hidrostática, como ocorre na insuficiência cardíaca congestiva.
2. Aumento da permeabilidade vascular, como na pneumonia e na SARA.
3. Redução da pressão oncótica, como na síndrome nefrótica.
4. Aumento da pressão negativa intrapleural, como na atelectasia.
5. Diminuição da drenagem linfática, como no derrame pleural neoplásico.
SINTOMAS
• Dor torácica pleurítica, descrito como "em pontada" nitidamente piora com inspiração profunda e com a tosse, melhorando com decúbito lateral sobre o lado acometido.
• Tosse irritante e não produtiva (tosse seca)
• Dispneia/ desconforto respiratório
• Febre
• Redução do movimento da caixa torácica
• Diminuição do frêmito tóraco-vocal ou a ausência dele
• Som maciço a percussão do tórax (indica região com líquido)
• Diminuição do murmúrio vesicular
Raio X
Derrame Pleural à direita com opacidade homogênea nos seio costofrênico e cardiofrenico e sinal do menisco
Uma imagem mais explicada dos achados de um raio x com derrame pleural
Tambem se encontra:
Desvio do mediastino e do hilo contralateral ao lado acometido
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